A criatividade está fazendo toda diferença numa área de 600 metros quadrados da escola Estadual Gervásio dos Santos Costa, no município de Gaúcha do Norte (548 km da Capital). No espaço, uma horta pedagógica decora o ambiente, com canteiros em círculos, triângulos, formato de flores e até mesmo em linha reta. Além de despertar os olhares pelo designer, o cultivo tem aguçado também o paladar dos estudantes.

O resultado é conferido diariamente, uma vez que toda a produção é revertida para a merenda escolar. “Muitos alunos que não comiam legumes e verduras, agora não desperdiçam nenhuma folhinha que é servida no prato”, destacou o professor de Ciências Humanas, Aurélio Vieira Farias, coordenador do Projeto Horta Pedagógica.

Com isso, a escola tem conseguido desenvolver na comunidade os benefícios de uma alimentação saudável. Um desafio, segundo o professor Aurélio, que começou entre os estudantes pela mudança de hábito. “A maioria não comia verduras. Rúcula? Salsa? Nem pensar. Muitos deles não comiam nem repolho. Agora, mostrando o valor das proteínas, não sobra mais nada no prato. O que fizer eles comem. Estão usufruindo de elementos, cujo aprendizado recebem em sala de aula”, explicou o professor.

Para animar ainda mais, a colheita tem sido produtiva. Tudo o que o ele que consegue plantar, consegue colher. Entre os destaques estão a alface, cheiro verde, cenoura, quiabo, jiló, tomate e a rúcula.

“Nem parece uma horta, dá a sensação que estamos em um jardim. Só que ao invés de flores, colhemos alimentos”, destacam os estudantes.

Alunos engajados

O projeto nasceu no ano passado, idealizado pelos professores Aurélio Vieira Farias e Adir Rosa. Mas, devido readequações funcionais na escola, pois Adir atualmente é assessor, apenas Aurélio deu continuidade à ação.

Atualmente o projeto conta com o envolvimento de aproximadamente 100 alunos do 3º Ciclo do Ensino Fundamental. A meta é ampliar em 2016, incorporando mais estudantes. A expectativa também é de que mais professores abracem a iniciativa.

“São várias ideias ainda para serem implantadas. Só assim poderemos terminar a horta”, destacou o coordenador.

Mas não tem sido fácil para montar o trabalho. No entanto, as dificuldades não servem para desmotivação. As sementes são fáceis para adquirir porque os próprios comerciantes tem doado. Quando a demanda envolve outros itens, o conselho deliberativo da escola se encarrega de providenciar. E assim, um pouquinho daqui e outro dali, a horta se ergue imperiosamente.

Já as garrafas pets, que dão o ar da graça, são recolhidos pelos estudantes. Com isso, tem poupado o meio ambiente, uma vez que são reutilizadas. Para deixa-las coloridas, água e bisnaga.